37º ERESS
ENCONTRO REGIONAL DOS ESTUDANTES DE SERVIÇO SOCIAL
em Sumaré
Combate as Opressões
Opressão? Aquela lá?
“Os trabalhadores têm que aprender que seu poder não está na força de seu
voto, mas na sua habilidade de parar a produção.” Voltairine de Cleyre
Fala-se muito de opressão, certo? Certíssimo. Esse texto procura elucidar questões pertinentes para o entendimento e para qualquer postura de enfrentamento que seja tomada, diante de instituições ou qualquer forma de discurso opressivo que vemos, durante a militância e no decorrer da vida.
Primeiramente, deve ficar explicito que as diversas opressões existentes possuem identidade de gênero, orientação sexual, raça, classe e qualquer outra característica ou condição que torne Indivíduos marginalizados dentro da sociabilidade que estamos inseridas/os, pré-estabelecidos.
Segundo, quando falamos em opressão não nos referimos a casos pontuais, de racismo por exemplo.
Essas “situações” configuram-se dentro de sistemas de opressão que fazem com que certos grupos tenham invisibilidade social e apagamento incisivo de sua história, ou seja, dentro dessa realidade é impossível existir racismo inverso, heterofobia e afins.
A análise que fazemos, dentro e fora do serviço social, deve atentar ao fato que mesmo não existindo “hierarquia de opressões” existem fatores que alteram como elas recaem sobre as pessoas.
Pode-se exemplificar isso com os casos de violência de gênero sofrida pelas mulheres. Todas sofrem os com a misoginia do modelo da sociedade patriarcal? Sim, sem dúvida nenhuma. Contudo, as mulheres não estão necessariamente na mesma posição de equidade racial e social, as formas de opressão que uma mulher negra e periférica é submetida é distinta da que uma mulher, branca, rica sofre.
E essas particularidades devem ser respeitadas e não podem serem entendidas como um “divisor de lutas”.
Entender sua posição de atuação dentro das discussões das opressões é importante não só para saber o que de fato acontece, mas principalmente, para empoderar e dar possibilidade de fala a esses grupos, que historicamente tem sua voz calada.